jueves, agosto 17, 2006

canino solitário



Aos olhos da lua
um vira-lata escreve
na rua
O sol apaga o poste
antes
que o mijo encoste


Foto e poema by Rodrigo Mendes

miércoles, agosto 16, 2006

capuêra rarará


- ô moleque maculelê
será que não vê
que ao lado da feira
tem roda de capoeira?

- vi sim sinhô
mas não, num vô
daquilo eu num sô
aquilo, dotô
não é capoeira
aquilo é quebradeira
aquilo é quebradeira
a capoeira quem me ensinô
foi o Gadelha "Corta-Orelha"
ou seu Gadelha,
meu avô

lá menor com nona



violão vadio
metálico esguio
cantando em dores
no banco de praça
em bocas e odores
é caro e de graça

o som se desfaz
no ar pesado
e denso do cais
luar prensado
em estreitos canais
nas cordas soando
em coro entoando
notas ancestrais


Valew, brother.

lunes, agosto 14, 2006

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o mesmo impulso insano que me fez criar essa joça me forçou a voltar aqui...
tenho a vontade insegurável de voar através da fria brasília nessas madrugadas, sentindo na espinha a solidão cósmica da cidade.
a noite parece que tem gritado mais alto nos últimos dias, a ponto de não me deixar dormir, não importando o quão cedo eu tenha acordado.
tenho preguiça.
quero tocar, pego o violão e não sai merda nenhuma.
me sentindo o estorvo mais estúpido.
sei que solidão é egocentrismo, mas fodam-se copérnico, galileu e a patota toda.

Após um longo e tenebroso inverno...

...quando abre-se a cortina
surge a luz repentina
a quebra da apatia
o despertar da agonia
a esperança enclausurada
enfim é libertada
bate asas, voa alto
se afastando do asfalto

(preciso escrever mais... incentivem-me)