martes, diciembre 11, 2012

Samsara

Sim, de vez em quando a sensação de fim do mundo bate. A aridez e a quietude de um planeta enfim em silêncio. O cheiro da ferrugem ocre a consumir lentamente as estruturas daquilo que um dia foi considerado sólido. Ser o mar a única vista familiar, trazendo no horizonte a brisa das memórias ardentes de uma vida inevitavelmente breve. A solidão que traz gentilmente a morte do ego, que, por não ter mais a quem mostrar suas máscaras, enfim lembra-se da própria essência. O reencontro com a partícula essencial, que dissolve Maya e seus desejos. O abraço familiar da Terra, onde o tempo não existe e o espaço é tudo e nada. E afinal o conforto de saber que o fim é o começo e vice-versa, que todo sofrimento é seu aprendizado, que toda alegria é seu legado, que todo um é seu todo e você é todo um.